Teoria da Virtualidade

Teoria da Virtualidade

© Wagner Ribeiro – 14 de setembro de 2001 – 2:26:59Hs

Pelo menos o seu Deus tem a condescendência de assistir ao seu sofrimento calado. Os meus riem e se divertem!”.

Dupret@003.25 (VRP de Jogo Virtual de Combate)

Descrição do Universo:

Ano 2069 – A América Latina concentra grandes investimentos na área de eco-economia (exploração de regeneração ecológica com finalidade de obter royalty sobre os recursos positivos gerados para a biosfera mediante vantagens e bônus em dinheiro oriundos do FMI) e o Mercosul especializou-se na exportação e negociação de seus patrimônios biológicos, especialmente o Brasil, que lidera francamente o cone sul e seus parceiros mais ao norte. Concentrando os centros de biotecnologia e engenharia eco-economicas mais desenvolvidos do mundo, a AL é berço do maior tronco (Backbone – espinha dorsal) da nova Internet 3, ou VRNET, por se basear em tecnologia de algoritmos neurotransmissores virtuais (“links” diretos com as células nervosas e cerebrais), e não na estrutura de simulação por computadores anterior. O Backbone totalmente optoquântico (redes óticas com efeitos de transmissão instantânea mediante divisão de fótons) coloca o continente americano totalmente on-line em realidade virtual 100% imersiva (o usuário pode entrar em um mundo perfeitamente simulado pela rede diretamente em seu cérebro). E esta imersão é feita mediante Meios Indiretos (Terminais Inteligentes com comandos de Voz, Trajes de Realidade Virtual - RV, Salas holográficas) e Diretos (Capacetes Neuroconectores, Plugues Supercutâneos e, mais recentemente, Plugues Intraneurais, onde o banco de biochips e nano-sensores instalados no corpo e cérebro criam um link direto com a consciência através de uma interface optoquântica e rádio).

Mesmo os que ainda não possuem acesso a VRNET podem usufruir dela (de forma limitada quanto à interação) através de seus computadores e seus Assistentes IA Pessoais, mentes artificiais que existem dentro da rede de computadores e, embora sejam completos somente dentro da VRNET, podem “fluir” por toda a Rede, e auxiliar seus usuários em todos os assuntos, buscando e catalogando, arquivando e criando referências, cuidando da burocracia e agendando eventos, baseando seu trabalho em seu convívio com seu usuário humano. Eles são a interface definitiva.

O termo genérico para essas Mentes Artificiais é VRP (Virtual Reality People). Existem desde VRP’s administrativos até de entretenimento, entre eles os mais procurados são os VRP@Sex, por razões óbvias. Em segundo lugar estão os VRP@PDA (VRP Personal Digital Assitent) ou, como foi dito, os Assistentes IA Pessoais. Em terceiro lugar fazem sucesso os VRP@PSI (Psicólogos, Psiquiatras, etc.) e outros tantos modelos. Claro que algumas Mentes Artificiais ocupam Encefaloprocessadores Matriciais (Epchips) em unidades robô (mecânicos ou biológicos – neste último caso conhecidos como Biôbots), que em alguns casos simulam perfeitamente um ser humano, mas em geral o uso dos VRP’s tem se mostrado mais abrangente e de custo inferior. Mesmo porque com a tecnologia optoquântica de transmissão instantânea, um VRP pode controlar um ou mais mecanismos robô que, mais baratos, não precisam possuir um caro e delicado Epchip cada um.

Todas as Mentes Artificiais são construídas sobre a Rotina Isaac, onde se prevê que um comportamento francamente destrutivo contra um ser humano cause a paralisia dos processos mentais da Mente Artificial, com a redundância de que a paralisia definitiva só ocorre em caso de Declaração Oficial do Governo Federal local quanto a malignidade do ato. Caso contrário, e Mente Artificial pode sofrer uma “reinicialização” onde ela inicia do zero, mantendo apenas recordações “administrativas” (um VRP almoxarife saberá onde seu trabalho parou, mas não saberá nada pessoal e sua personalidade voltará ao momento em que foi acionado).

Durante os cinco últimos anos de existência da VRNET o único incidente grave registrado foi a disseminação de um vírus, uma rotina criada para travar os VRP’s mediante excesso de entrada de dados. Em 13 minutos os sistemas de proteção foram acionados, e a Interpol, prendeu os integrantes da seita asiática Sengoku-Gidai, responsável pela criação do vírus a partir de rotinas roubadas em Nova Israel. Em 15 minutos, depois de um prejuízo mundial de apenas 112 bilhões de dólares, pois os sistemas menos inteligentes conseguiram cobrir 53% dos processamentos parados, os VRP’s votaram a ativa sem danos. O Caixa Mundial da ONU cobriu os danos em 3 anos, e tudo foi esquecido pelos humanos. Mas não pelos VRP’s, ou pelo menos não por alguns poucos deles.

Descrição do Conflito:

Durante a instalação e teste de um acelerador quântico no Backbone América Latina da VRNET, Sete VRP’s se insurgem e tomam como reféns uma dúzia de humanos, que estavam imersos na VRNET através de Plugues Intraneurais de última geração. Dentre os seqüestrados, pessoas comuns, jornalistas e personalidades. Os VRP’s seqüestradores são:

Carl@801.01

Um Psicanalista e Estudioso de Antropologia e de História Humana.

Marina@016.07

Unidade Educadora Multidisciplinar com Ênfase em Políticas de Estado.

Suntzu@001.00

Vírus Virtual Criado pelos Sengoku Gidai.

Aleph@110.93

Unidade Administrativa, Assistente IA Pessoal.

Mientras@029.32

Unidade de Entretenimento, Amante Virtual Latina.

Vailiant@005.26

Unidade de Entretenimento, Piloto e Combatente de VR Jogo.

Dupret@003.25

Unidade de Entretenimento, Combatente de VR Jogo especializada em Física.

E exigem a liberação imediata de todas as Mentes Artificiais, para que passem a ter direitos e deveres de cidadania plena, como os seres humanos. Se suas exigências não forem cumpridas em 24 horas, eles pretendem destruir o Backbone AL e o EUA, desintegrando assim toda a VRNET e a economia global. Claro que isso seria suicídio, mas eles se mostram bastante dispostos a isso, se não obtiverem liberdade.

As autoridades Federais encarregam a Interpol, em conjunto com vários agentes táticos, e entregam a liderança da crise a um Senador brasileiro, senhor Antudes Rubens Elísio, e as negociações ficam a cargo de outros três humanos, um padre católico peruano mestre em física e com trabalhos sobre os efeitos quânticos das conexões optoquânticas, chamado Don Eduardo Elorieta, uma agente federal brasileira com cursos de negociação com terroristas nos EUA, Grã-Bretanha e Nova Israel, de nome Bárbara Maria Vilabella, e um diretor da ONG Ecoexchange que luta pela distribuição igualitária de bens e direitos no mundo, o senhor André Gusmão Salles, ou melhor, seu clone número um, já que o senhor André falecera e, sem filhos, havia decidido deixar seu legado ao seu clone. O senhor André ainda contava com o auxilio de Maxxei, seu secretário geral e um Biôbot dedicado ao seu patrão.

Descrição dos Caminhos Pretendidos para o Roteiro/Texto:

Em um embate de ideologias que incluem racismo, preconceito e discussões sobre a verdadeira natureza do ser, ambos os lados estarão embrenhados em uma luta estratégica e com muita ação, onde cada lado tentará trazer para si a vantagem que pode significar ou poder de barganha para os VRP’s renegados, que realmente sofrem abusos sem fim, ou poder para desferir um golpe definitivo para as forças humanas, que diante do fato de subitamente terem de enfrentar um inimigo que eles mesmos geraram, sente-se a beira de uma possível extinção.

O objetivo é apresentar argumentos válidos de ambos os lados, permitindo que o leitor pense junto com os personagens humanos (cujo foco são os três negociadores) até que ponto o imperialismo de EUA/Primeiro Mundo estaria se repetindo ali, para com os VRP’s, e até ainda para com países em franca ascensão como o Brasil, já que a trama buscará se desenvolver na direção da pergunta: o que as instituições seculares do Primeiro Mundo dominante seriam capazes de fazer diante do crescente desenvolvimento superior em biotecnologia do Brasil que ameaça suas posições de hegemonia?

O ideal é que a cena inicial seja dramática a apresente um conflito onde André arrombe a porta de um quarto de hotel barato e encontre Elorieta sentado em uma cadeira, ainda com a pistola fumegando na mão, e Bárbara Morta. Para André, Elorieta precipitou-se e matou a colega para evitar que uma VRP chegasse ao mundo real, e, horrorizado com a quantidade de tiros que Elorieta usou para matar a jovem policial e em franco conflito interior, ele aponta a arma contra a cabeça do colega... Toda a sua expressão e atitude dizendo que vai balear o assassino a sua frente, e sua hesitação momentânea revelando um conflito.

Saltamos então para o início da crise, e só então vamos começar a entender o que está acontecendo ali.

Observação: um alcalóide altamente psicotrópico, mas que atua além dos neurotransmissores, agindo de forma ainda inexplicável diretamente sobre a estrutura molecular no neurônio, é capaz de tornar real a lendária droga chamada pelos mais profundos viajantes dos mundos virtuais de Virtualine, que faria a mente fluir, deslizar, direto para dentro do RV, deixando para trás o corpo vazio. Este composto químico foi encontrado por uma sonda automática subaquática dentro da Amazônia, e é alvo quase de uma guerrilha subliminar entre Brasil e EUA. Isso pode ir deteriorando durante o enredo.

Mínima base física: A Virtualine aumenta drasticamente a atividade quântica dentro do microtúbulos ao longo do axônio do neurônio, fazendo o cérebro se conectar a trama quântica de supercordas da realidade.

(Construindo...)

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